Intervenção Precoce

Hoje vamos falar sobre a intervenção precoce. Você sabia que nos primeiros anos de vida, há uma maior plasticidade neuronal? Nessa etapa o cérebro produz muito mais neurônios e conexões sinápticas, o que significa que a criança tem mais potencial para se desenvolver em todas as áreas. De acordo com Lovaas (1987), quanto mais jovem a criança for, maior a probabilidade de que a aprendizagem seja generalizada. A intervenção comportamental intensiva para crianças pequenas pode produzir grandes ganhos no desenvolvimento social, cognitivo, motor e linguístico. Em um modelo de intervenção precoce, as crianças são atendidas por 15-20 horas semanais. Nessas sessões elas são ensinadas com base em suas próprias necessidades individuais. Sessões ocorrem em configurações 1 por 1 ou em grupo, em situações mais naturais e em ambientes mais estruturados, e com terapeutas altamente treinados. Além disso, é de extrema relevância que avaliações e ajustes sejam feitos de forma contínua em cada programa, atendendo às necessidades da criança. Outro fator importante diz respeito às supervisões. Estes são momentos entre terapeutas e supervisores direcionados à avaliar o desempenho individual das crianças, pois é muito importante que seja avaliada a necessidade de mudanças nos programas e que decisões sejam tomadas sempre com base em dados. O uso de táticas cientificamente testadas é fundamental. Metas devem ser criadas com significância social e educacional. As estratégias de intervenção devem ser consistentes, revisadas com frequência e com base em dados confiáveis e precisos. Se o acompanhamento não é criterioso e constante, os processos de ensino se perdem, qualquer maior dificuldade de aprendizagem não é superada e não se têm noções de avanços, perdas ou estagnações. Os ambientes de ensino devem ser ambientes positivos, onde o uso de procedimentos coercivos deve ser evitado. A criança deve estar motivada à aprender, e mais do que isso: é preciso que esse seja um processo prazeroso, em outras palavras, reforçador! Sendo assim, os terapeutas devem ter amplo preparo e conhecimento na utilização de treino de tentativas discretas (DTT), ensino incidental, aprendizagem sem erro, treino de fluência, Picture Exchange Communication System (PECS), além de conhecimentos gerais sobre desenvolvimento infantil. Tais especificidades no trabalho com intervenção precoce só mostra como a equipe responsável pela formulação e atuação com a criança deve ser devidamente capacitada, tanto no quesito experiência quanto no de formação, para efetivo desenvolvimento da criança nos seus mais variados aspectos.